Um brinde





Inocente, nenhum de nós dois é inocente. A chuva começa a cair e sinto as gotas dentro de mim, percorrendo cada centímetro de desejo sujo, libidinoso e lascivo que corre entre nós. Vem, abre a porta e passa teu perfume nas minhas costas, mistura o suor dos teus poros com os poros atiçados do meu ombro, me diz que o mundo é real, é uma delicia te querer como quem bebe um dry martini gelado no calor. 
Qualquer coisa que quiseres fazer dentro desse quarto vai ser meu nome do meio, me ensina qualquer jogo que quiseres jogar, joga os dados agora.
Aquele funk/soul antigo toca e eu me toco por aqui, sinto cheiro de carne, preciso me esconder na selva, me alimentar do teu frenessi, e tantas pessoas não querem viajar, tantas querem ficar nas suas sensações pobres, e eu meu bem, quero te dar mais, um brinde, a nós, a chuva, a carne.

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