zumbizada.




Eles querem carne, não pensam, estão mergulhados n'um estado catatônico, que hipnotiza quem repara. Não me lembro de ter medo de zumbis, a única lembrança que tenho mesmo é que sempre fui taradona por eles, posso acabar esse texto aqui, dizendo assim: zumbis são fodas! Mas vou falar porque corações imaginários espocam na minha cabeça quando vejo séries, filmes ou leio quadrinhos sobre zumbis. 

Vejo além dos grunhidos e do sangue (que sozinhos já são muito legais) uma crítica social. Nos quadrinhos de Robert Kirkman (The Walking Dead), os zumbis só "morrem" (sic) se retirarmos o cerébro deles. Além disso o mais interessante é que eles não falam. 

No fundo não tenho medo e sim, pena. Será que também estamos infectados? Olho ao redor e vejo zumbis, pessoas que não pensam, que apenas se deixam levar, adolescentes que imitam ídolos que nada tem a oferecer. As pessoas estão indispostas a pensar, querem só 'comer' e matar uma ânsia que não sabem porque tem e de onde ela surgiu. Querem ler resumos de livros para provas (para não ter que ler o livro todo), veem a sinopse do filme para dizer que assistiram, leem na wikipédia sobre quadrinhos ou qualquer outro assunto e dizem que são fanáticos e profundos conhecedores. 

Vejo zumbis all the time, mas esses zumbis querem se passar por gente corada e pensante. Com alguma conversa com os mortos-vivos já se vê a palidez no rosto deles e um grito oco que ecoa alto demais para ser imperceptivél. Não importa o quanto você tem no bolso ou que idade tem.
O que nos resta é sempre evitar a mordida, estar atento, porque a epidemia parece escolher as pessoas, mas na verdade é você que decide ser ou não infectado. 
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Nus.



Parece que se vai morrer, e são dois corpos (ou mais) n'um deserto, e os lugares podem ser variados, quem sabe uma penca de bichinhos assistam, Ace Ventura passou por isso, rs.


Daí ele chega e a fuma como cigarro de palha, com cuidado, porque apaga rápido demais apesar de valer a baforada. 
Dentro dos seus vestidos tem um cheiro de flor que chama por amor, chama por um lance noturno, e as mãos escorregam pelo planeta das pernas, das bucetas, dos paus. Ela, louca, quer que ele faça coisas gostosas, quer ser seu pudim, oferecer sua calda, vai e se entrega devagar. 
O cheiro de animalzinho no cio tá nas paredes e amanhã é dia de comprar verduras e frutas, o barulho do chuveiro e das chaves, foi assim tão bom. 
Foi esse roça roça que vai da madrugada ao amanhecer, o tempo ficou friozinho. 
Espelho, ela pensou que agora talvez estivesse diferente, levou as mãos até a parte quente da vagina e sorriu. Ele sentou na beira da cama, calçou os sapatos, parou um minuto, descalçou, e disse: vou ficar até que você queira que eu fique.
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nhom.



Costumava comprar brincos de pérola quando tinha uns 15 anos, quando criança também usava os de bolinha. Calçava escondida os saltos da vovó, passava talco na cara para parecer japonesa. 

Era uma monstrinha melequenta tão carinhosa, gostava de falar sozinha, ver programas de sacanagem escondida, gostava de cachorros e gatinhos fofos. Ai, amava banho de bacia!

Daí você cresce, fica achando que tudo era melhor quando era criança, e puta que o pariu, realmente era. Ser criança era tão gostoso por diversos motivos, mas o melhor é que tudo era proibido e era uma delicia fazer coisas perigosas e proibidas. Ver pornografia, comer doce antes do almoço, levar bolachas para o quarto depois de escovar os dentinhos para dormir, beijar de língua o espelho, cair e voltar chorando (fazendo dengo mesmo depois que tudo tava bem). Eu gostava da cor vermelha que o mertiolate tinha.

Hoje a gente pode ver sacanagem adoidado na internet, tem que acordar cedo para trabalhar, ganhar dinheiro. Não tem mais caixinha de chiclete em tablete na bolsa, mentira, ainda compro esse chiclete. Os beijos são de verdade, os de língua sabe?! Sei lá, era bom beijar o espelho, ele nunca me machucou. 

Agora milhares de luzes acendem dentro de mim e eu não sei se o que me ilumina e sai pelo meus poros foi o que a infância me deu ou o que eu guardei dela. 
Que o tempo não volta eu já sei, mas saborear o que foi gostoso não é pecado. Faço cortejo para minha felicidade, para o meu amor, para os ursinhos que eu abraçava, para as flores que eu comia e para o batom vermelho, que me era proibido e nem caía bem.

Espero longos anos para escrever novamente como era gostoso ser quem eu sou escrevendo o que escrevo agora.
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