Pernas.

Foto: Mari Jares
O suor dos seus cabelos fazem uma fina película, que se dissolve na ponta dos meus dedos. Escorregadio, esse nosso amor.

Fios de luz entram no quarto e criam flashes multicor nas suas pernas. Essas pernas que me comem de um jeito, que nenhuma outra parte do teu corpo consegue. Sou saído do meio das pernas de uma mulher, procurando pernas que se abram para mim. 


PER-NAS (falo com uma voz grave e dormente) são um portal que se abre com tequila, mel e palavras à toa no cangote. 

O M que elas fazem quando estamos na cama, não sei se choram ou se se liquefazem, só sei que quero tomar esse suco que teu prazer produz.



Pernas, mil pernas, com seus ossos pontiagudos e cartilagens sexys. Elas me chutam, me enlaçam, me ferem, me hipnotizam. Algumas magras, outras medianas e as roliças, essas demoro um pouco mais pra chupar até o fim. Gosto de todas, bem lisinhas e saborosas.

Foto: Mari Jares
Pernas, só não me dão prazer se correm de mim, mas talvez seja parte do charme indecente delas. Eu por fim aceito, espero qualquer velocidade do cruzar que elas fazem, ainda mais se de relance escape a gordurinha da virilha. Aprecio também quando de relance posso ver o ponto colorido da lengerie, que por fim imagino no chão ou na boca da dona das pernas, ou seriam armas?

Mulheres e suas mil pernas.
Read more

vem.


Foto: Flávia Bassalo


Proibido, Totalmente proibido tu saíres de dentro de mim. Busca tua fêmea que tá pronta pra correr nessa estrada. Afetada pelo desejo.
Afetada e em recreio, esperando o que vier queimando na borda.

Então..  continuo dizendo -----------vem logo------------ com a língua, gesticulando suja e macia, daquele jeito que tu te derretes. As luzes elétricas piscando em volta dos nossos corpos, meus peitos e pêlos secretos, sugados pela energia do teu osso, fazem o que todos fazem (?)

Não.

Foto:  Flávia Bassalo
Não bebe nessa taça, cuspi nela um fio de cinismo em forma de saliva reta. Nem foi por mal, só pra  fazer da tua falta minha ferida engraçada. A vida é a arte de cuspir nos orifícios certos. No teu caso, fica a deixa, que os certos são os meus.
Resolvi agora que quero fazer aqui, com a casa quente e o sol dividido pelo portão de madeira. Nosso amor vai sair pelas beiradas, molhando tudinho, aposto. (risos)

Quem é a garota que faz poses sensuais pra ti? Eu me importo muito, acho que essa coisa de tirar a roupa é muito séria, ela deve abotoar o sutiã toda periguete, conheço.

Trago.



Acho que fumo pra passar, pra chamar os corpos que perdi. Tô com um gosto cretino de mulher usada, passo o batom em slow, bem slow, daqueles de meia hora.
O céu tá queimando dentro de mim e vai nos iluminar mais uma vez.

É você que amanhece aqui, do meu lado e me mastiga sem eu ver.
Read more

Sua vírgula.




Dedico a quem amo.


Milhares de pontos a cidade nos dá, assim a olhos bem nus. Inclino a cabeça para te olhar, ansiosa pelo momento de te beijar, sinto que você se entrega tanto quanto eu faço o mesmo. Penso apressada o quanto aquele momento vai durar, tento oferecer meu melhor beijo, e quanto melhor nos saímos, quanto mais tempo prolongamos. Ao nosso redor ruídos, risadas, música, bebida, pessoas. Pessoas que sabem amar, as que não sabem, as que não querem, as que estão desligadas e as que nem sabem como começar. Nós já começamos.

Voamos.

Estamos preparados quando não estamos. Esse apartamento, parece uma casa, estamos aqui transformando tudo. Nossos animais de estimação correm como se houvesse quintal, adaptamos a varanda com muito verde. Não temos movéis caros, nossos vizinhos ajudaram, nos deram caixas de madeira, empilhamos, agora temos nosso próprio restaurante japonês, rente ao chão, com nossos poucos talheres.

O quanto alguém combina com você quanto ela? Muitas são as mulheres que tem uma alta compatibilidade contigo, que gostam das mesmas bandas, dos mesmos filmes, dos mesmos tipos de piadas, das mesmas posições sexuais ou que gostariam de ter o mesmo número de filhos ou viajariam para os mesmos destinos.

Sexta-feira, estamos cansados da semana inteira, ainda não temos televisão, mas um som cinza e azul fica no canto da sala, dele saem nossas canções secretas, até para nós mesmos. Não sabia que nosso amor funcionava com bandolins e pianos. Escolho o albúm, você torce a boca, estala a língua enquanto ri do meu romantismo. Uma das caixas chia. É tarde, já fiz você fechar os olhos e estamos um em frente ao outro, suas mãos procuram as minhas, uma delas acha o ponto central da minha costa e o aperta, até eu gargalhar. Nosso cão late. Eu percebo que amo você.
 

São múltiplas as opções que a vida pode te oferecer, porém, existe a vírgula. A mulher que às vezes te irrita, que insiste em te levar ao teatro, que te indica filmes que você nem é muito chegado, que curte as mesmas músicas que você, mas te apresenta coisas que parecem terrivelmente com você. Lindo. Essa mesma mulher olha tua nudez  e se sente livre, e faz você sentir o mesmo.

Ela simplesmente não desiste de vocês, escreve cartas, grava coletâneas, passa batom bem forte só porque adora ver a cor deles nos teus lábios. Ela mente que tá disposta, só porque adora sair com você. Ela é sua virgula. Discos, livros, filmes, tudo isso aproxima os casais, mas não é o que um mais gosta no outro.

Ele sempre compra 500ml de suco quando eu quero 300ml e sempre me faz a mulher mais feliz do mundo nos dias em que meu olhar mostra que me sinto o avesso disso. Quando estou louca por romance ele me dá realidade e quando menos espero ele me leva para um filme em que fotograma pós fotograma o amor existe, forte, lindo e livre. Não quero escapar, quero me embriagar de felicidade, quero ouvir um solo mágico de baixo enquanto vamos para casa. Tem muitas palavras tristes no mundo, eu quero pintar todas.

Antes você descia as ruas sozinho, agora tem alguém para dividir o suor das mãos e o banco do ônibus, mesmo que vocês sempre briguem pelo lugar junto a janela. (risos)
Read more

Escadalosas.


Não são somente pernas que se abrem, é um portal viscoso
que esconde uma vontade doida de encaixar até que se chegue
no nível de felicidade desconhecido.
São tremores de jambu e gritos de quem viu zumbis.

Será então que toda mulher é escadalosa?

Quem sabe o que é o escândalo? Pensei em algumas mulheres que
deitam e se entregam em silêncio, seu suor é seu grito, seu gozo
é uma implosão,suja qualquer purismo, que a aura dela carrega.

Estamos nus e o silêncio daqueles lábios vermelhos parecem com gritos
de atriz pornô. Quero então que ela gema de verdade, que rosne
igual a um animal, porque porta aberta é possibilidade para a vida.


Durante a noite contemplo minhas deusas, todas as mulheres que comi e amei,
não necessariamente nessa ordem. Coloco meu pau novamente em todas elas e
você me pergunta se sou doente? Não sei. Elas ali, a imagem de todas elas,
silenciosas ou não, fazem de mim um homem realizado e vazio ao mesmo tempo.

Tudo se funde na mente e forma uma orquestra, com calmarias e ápices.
Minha preferência é pelas hibridas, as que misturam o frescor do silêncio
com a frescura do gemido. Mesmo depois que minha cama se esvazia, tem sempre
uma mulher gritando dentro da minha mente, sempre.
Read more

Frouxo.




Sentada na varanda com os seios meio caídos, mas ainda lindos e gostosos, redondos por baixo da minha camisa enorme, que esqueci em cima da cama. Época que ela era meu prato e eu tinha muita fome. 

Eu era um glutão daquela mulher.

Pensei nela essa semana, lembrei do desenho do corpo, que não parecia ser de modelo, mas desfilava no meu paladar, me fazendo um homem entregue e tarado. 
Era tanta lubrificação, que pensei que isso era a prova final de que ela me amava, mas desprendida, pensava em outros. 

Pobre de mim, fingia não perceber.

Suas pernas longas, presas junto ao peito, mostravam a gordurinha da sua boceta n'uma calcinha roxa. 
Fuma tanto que parece que tá em um terreiro. 
Levanta, tira a calcinha da bunda de um jeito meio cavala e anda até chegar na cozinha.

Quantas vezes eu a tive assim, bêbada, na cozinha, guardei o cheiro das nossas transas na mente, me masturbava com a 3x4 que roubei da bolsa florida dela. 
Poderia dormir mamando naquelas tetas, mas tive vergonha de pedir. Se bem que pedir é péssimo, coisa de homem frouxo. Talvez eu seja isso.

(Ela deixa o suco em cima do balcão e disca um número no telefone, dá ocupado)

Tá vendo, é melhor desistir, ela tá conversando com outros machos, marcando fodas e orgias, tá ocupado o telefone.

(Ela chora)

Frouxo.
Read more

Latidos.




De todo modo, segue impressa nos meus lábios, que não os da boca, a marca dos teus dentes. Levaram-te daqui. Tenho no pêlo cada suor do teu desejo. Vives na fazenda, és arteiro demais. Tu, cão no cio, só sente o cheiro forte que a natureza me deu, que é assim só meu. Sou arisca, sou fêmea. Estou só.
Minha vida poderia ser um tédio sem meus guardiões em casa, é férias e fiquei mais uma vez só. Estou ficando obesa e preguiçosa, sinto falta de correr. Tenho que ser agressiva e não me deixar enganar por salsichas e petiscos, que estranhos me oferecem no portão.
Sinto que minha vida é confortável, mas tenho inveja das que saem empinando o rabinho pela rua e acabam trepando com vários, que esperam pelo seu orifício em fila indiana.
Teve época que confundi as coisas, tinha um desejo enorme pelo meu amo, mas ele só me trata como filha, vez ou outra a humana que julgo ser a parceira dele, me olhou com ciúme. Gosto de vê-los copulando, mas aquela vaca sempre me chuta e bate a porta do quarto. Sou solitária. Arranjo-me com um ursinho velho de pelúcia da Vó Nena.
Sou solitária como qualquer ser que late sem um par. É cio aqui dentro e lá fora sacanagem, estou certa de estar no lugar errado. (respiração funda)
De nada adianta aqueles banhos caros e aqueles lacinhos na cabeça. Queria mesmo viver na propaganda de comida pra cães, com muito sexo selvagem e ossinhos de verdade.
Read more

Descarada


Não ligo mais para as consequências, não entendo esse jogo que ela faz com a ponta dos pés ou porque a língua molha os lábios daquele jeito que me sinto n'um filme pornô. Ela me olha e eu retribuo, meu pau é tão ingênuo, que anula a cabeça de cima em questão de segundos, estou ligado a aparelhos, suando, fumando que nem um doido. Dou um gole. Ela dança dentro da garrafa, que nem aquela loirinha gênia do seriado.

Tento me conter, e você me faz salivar, querer seus pontinhos de sangue no lençol, fico bicho insano com direito a ereção cavalar.
Tento dizer oquei, mas não me sinto calmo diante desses peitinhos pequenos, durinhos, que saltam da blusa branca, que obviamente, imaginei molhada.

Você diz oi, conta do colégio, me chama de coroa. 


Não, não, não sou tão velho assim. 


Sua boca mexe, falando de maconha, de ter saído escondida ou quem sabe de ter lido todateen ou capricho, foda-se! Não consigo processar uma palavra vinda de você, só processo essa sua língua rosada sugando e perguntando se tá fazendo direitinho. Do jeito que essa conversa vai indo, vou ser preso, capado, qualquer coisa dessas.

Seus amigos todos bem idiotas, mais do que a idade permite ser, mas você não...
Menina, sutiã de oncinha à mostra, sua dança me faz pedir mais uma bebida, pra você peço um ice, logo te vejo fingindo um porre, minha calça jeans espoca por te querer, e sua mão se enche, você quer doce e travessura. 

"Não estou pronta", diz enquanto espreme meu gozo e goza, descarada e hipócrita, amanhã vou ter que olhar para o seu pai no elevador do prédio, mas isso a gente vê depois.


Vou comer do manjar dos deuses por hora. Assim, assim, assim.
Read more