Latidos.




De todo modo, segue impressa nos meus lábios, que não os da boca, a marca dos teus dentes. Levaram-te daqui. Tenho no pêlo cada suor do teu desejo. Vives na fazenda, és arteiro demais. Tu, cão no cio, só sente o cheiro forte que a natureza me deu, que é assim só meu. Sou arisca, sou fêmea. Estou só.
Minha vida poderia ser um tédio sem meus guardiões em casa, é férias e fiquei mais uma vez só. Estou ficando obesa e preguiçosa, sinto falta de correr. Tenho que ser agressiva e não me deixar enganar por salsichas e petiscos, que estranhos me oferecem no portão.
Sinto que minha vida é confortável, mas tenho inveja das que saem empinando o rabinho pela rua e acabam trepando com vários, que esperam pelo seu orifício em fila indiana.
Teve época que confundi as coisas, tinha um desejo enorme pelo meu amo, mas ele só me trata como filha, vez ou outra a humana que julgo ser a parceira dele, me olhou com ciúme. Gosto de vê-los copulando, mas aquela vaca sempre me chuta e bate a porta do quarto. Sou solitária. Arranjo-me com um ursinho velho de pelúcia da Vó Nena.
Sou solitária como qualquer ser que late sem um par. É cio aqui dentro e lá fora sacanagem, estou certa de estar no lugar errado. (respiração funda)
De nada adianta aqueles banhos caros e aqueles lacinhos na cabeça. Queria mesmo viver na propaganda de comida pra cães, com muito sexo selvagem e ossinhos de verdade.
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Descarada


Não ligo mais para as consequências, não entendo esse jogo que ela faz com a ponta dos pés ou porque a língua molha os lábios daquele jeito que me sinto n'um filme pornô. Ela me olha e eu retribuo, meu pau é tão ingênuo, que anula a cabeça de cima em questão de segundos, estou ligado a aparelhos, suando, fumando que nem um doido. Dou um gole. Ela dança dentro da garrafa, que nem aquela loirinha gênia do seriado.

Tento me conter, e você me faz salivar, querer seus pontinhos de sangue no lençol, fico bicho insano com direito a ereção cavalar.
Tento dizer oquei, mas não me sinto calmo diante desses peitinhos pequenos, durinhos, que saltam da blusa branca, que obviamente, imaginei molhada.

Você diz oi, conta do colégio, me chama de coroa. 


Não, não, não sou tão velho assim. 


Sua boca mexe, falando de maconha, de ter saído escondida ou quem sabe de ter lido todateen ou capricho, foda-se! Não consigo processar uma palavra vinda de você, só processo essa sua língua rosada sugando e perguntando se tá fazendo direitinho. Do jeito que essa conversa vai indo, vou ser preso, capado, qualquer coisa dessas.

Seus amigos todos bem idiotas, mais do que a idade permite ser, mas você não...
Menina, sutiã de oncinha à mostra, sua dança me faz pedir mais uma bebida, pra você peço um ice, logo te vejo fingindo um porre, minha calça jeans espoca por te querer, e sua mão se enche, você quer doce e travessura. 

"Não estou pronta", diz enquanto espreme meu gozo e goza, descarada e hipócrita, amanhã vou ter que olhar para o seu pai no elevador do prédio, mas isso a gente vê depois.


Vou comer do manjar dos deuses por hora. Assim, assim, assim.
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20 em um


Não existem pontos proibidos, existem pontos onde você tem medo que eu chegue ou que ainda não sei chegar.
Seu pau é como uma espada e minha vagina uma cavidade que imita uma casa, você quer cortar, quer penetrar, quer enfiar e eu aceitando a natureza quero ser preenchida, ocupada, revestida, possuída, esfaqueada de prazer. 
Baterista sem a bateria, escuto o seu pulsar, o seu bater assim, dentro do meu útero, do meu coração, escorrendo da minha vagina pro meu bumbum. Não quero você dentro de mim amanhã, quero agora, porra, enquanto escrevo esse texto, perdendo as minhas palavras pro tremer do meu gozo. 
Mesmo com todo esse tempo de convivência quero tesão com nossos corpos suados, sujos, porque eu te quero mais do que queria sem te conhecer direito, mesmo com tanto tempo não nos conhecemos, isso que é o gostoso, quero que a gente entre um pelo pulmão do outro, quero agora.


Amar é lamber e ser lambido em todas as posições mais feias do mundo, e mesmo assim achar linda toda essa sacanagem.

Pra quê comer muitas se pode comer vinte em uma só? Pode me ter putinha quando saio pra dançar e volto porre com você, pode me comer quando saio do trabalho e estou séria e determinada, pode me comer com o meu pai me ligando, serei a menina assustada, ou pode comer a universitária aplicada com seus livros filosofais. 
Pode comer a blogueira que tenta colocar seus demônios em forma de textos, pode comer a romântica que tenta cozinhar ou pode comer a cantora que gosta de piqueniques ou a pinup fatal saída do filme do Tarantino. 
Olhamos nos olhos um do outro e vemos novos eus, que temos e podemos conquistar todos os dias. Me trai comigo mesma, faz amor comigo hoje e me come sem piedade e com fúria amanhã. Porque você é meu macho e eu quero ser sua fêmea.
Não quero que você me ofereça o que eu preciso, nem o que quero. Você tem que me oferecer aquilo que o prazer fizer você ter vontade de dar.

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Minha perna sucumbia





Estamos prontos para ir, você dizendo que não preciso de maquiagem. Gostaria de concordar, mas continuo passando o batom. Me puxas excitado, te quero tanto que quase cedo. Vamos nos atrasar, estamos sempre atrasados para a felicidade entre nós. 


Quero fazer pratos pra você reclamar que falta ou tem molho demais. 


Suas mãos escorregam pela minha cintura desenhando uma meia lua, que me arrepia, como posso me sentir a mesma? Acredito que estamos ligados, nesse groove suave de beijos, o momento é só nosso. O sol nascendo e o batom vermelho indo dos meus para os teus lábios. 


Quero fazer. 


Faço você sentir minha pele, ambos virando bichos famintos. Te provoco com meus vestidos. Embaixo dessa blusa sem sutiã, te chamo com os bicos duros, como metralhadoras, que querem te acertar de prazer. 


Devias engarrafar teu sabor, para que eu possa beber, quando a sede for muita e o calor for esse, esse de agora. 

Várias vezes, te quero. 

Quero dançar colado, você sabe colocar a perna entre as minhas e me apertar contra o teu peito, depois fazer meu vestido rodar. 

E ele roda, roda, roda, roda, me deixando tonta. 
























Tontura, suor. 




Vem, me faz gozar com teu olhar, me faz te imaginar nu, me completa de todos os jeitos possíveis, mais umas trilhares de vezes. Ah amor, você satisfaz minha alma, meu corpo, o tempo todo.
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