Motorizados

E em público damos as mãos, entre nós as usamos. 

Fiz um plano de ataque, transformei nossos encontros em gritos gostosos, nesse jogo de estranhos que se cruzam, a intimidade nos invadiu e umedeceu todas as cavidades de sanidade que nos sugam. 
Daí, eu que não sou boa nas coisas pela metade, quero tudo por inteiro e mais um terço. Vem!

Vem, passando a marcha, fazendo curvas, acelerando, a estrada tá quente, o motor previamente aquecido, quero sentir tudo girando. 
Esse desejo que vem do útero e sai pela boca mordiscada de loucura é que me alimenta, me engorda. Finalmente veremos o que de gostoso nossos olhares podem oferecer, entro nos teus olhos. 
Entre dentes, unhas, beijos, sei que somos quimicamente compativeis, tenho fome. Vou te comer com a mão, melada de oleo de budega de quinta com coloral.



O prato suculento na minha frente é essa tua vergonha que se transforma em ardor, ai,  me farto. 
Teu molho apimenta e arde na minha língua, aparece parte de ti no ceú dessa boca que cola na tua desejo e amor, charme e deslumbre. Danço para seduzir a nós dois.

Comendo cada parte, como se fosse um banquete dos Deuses, com seus caprichos, luxúrias e vaidades, te quero sujo, no banco desse carro, na madeira dessa mesa,nas minhas canções bobas de soul, te quero nas cordas, nos vibratos, nas cenas, nas ruas, na pele, no gole de uísque que relaxa, que me hipnotiza.

Não mentes, tu queres de novo.

1 comentários:

papel disse...

Luxúria, pura, intensa. Cuidado! Mas é verdadeiro e gostoso demais.
Nosso lado mais primitivo e humano, sincero, como também verdadeiro.
Gostei das fotos.
bjones.

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